terça-feira, 20 de abril de 2010

Crimes na internet se tornam profissionais



A ação de criminosos virtuais se torna cada vez mais " profissional". Eles passam a usar kits de ferramentas - pacotes de softwares - vendidos por terceiros para criar as ameaças, empregando recursos usados por empresas no desenvolvimento de programas. No primeiro semestre do ano, três kits foram responsáveis no mundo por 42% dos ataques de phishing, ou seja, usados para a construção de páginas de internet falsas que roubam informações como senhas de bancos, segundo o último relatório divulgado pela Symantec.

"Existe um mercado negro da informação. Há dois tipos de agressores: muitos trabalham para conseguir os dados e outros vendem essas informações", afirmou o gerente de engenharia de sistemas da companhia no Brasil, Paulo Vendramini.

Os dados de cartão de crédito participam com 22% e são os produtos mais anunciados para venda em servidores usados por criminosos para comercializar a informação roubada, e custam de US$ 0,50 a US$ 5. No caso de contas bancárias, que representam 21% dos anúncios, os valores vão de US$ 30 a US$ 400.

O número de ameaças no mundo triplicou, totalizando 212,1 mil no primeiro semestre, ante 74 mil nos seis meses anteriores. A maior parte são cavalos-de-tróia, programas instalados no computador dos usuários para capturar dados.

No País, o número de casos julgados envolvendo crimes eletrônicos saltou de mais de 7 mil no ano passado para os atuais 15 mil, segundo o advogado Renato Opice Blum. Hoje, há cerca de mil inquéritos na Delegacia de Crimes Praticados por Meios Eletrônicos do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (DEIC). "Está aumentando a quantidade de práticas ilícitas em meios eletrônicos", diz o delegado assistente, José Mariano de Araújo Filho.

Cerca de 60% dos inquéritos são relacionados a crimes contra a honra, 20% ao internet banking e os demais a casos como crimes de concorrência desleal, estima o delegado. Mas uma das preocupações é o crescimento de informações sigilosas divulgadas por meios eletrônicos, que podem prejudicar uma empresa.

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